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Contos do Arcanum : O Inicio (Tirania Divina I)

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Nome: Lorde Vyr 
Objetivos Conhecidos: Subjugar Faerun através da Religião
Raça: Aggelus (Arton)
Servos Conhecidos: Zendak, Halfling Escudeiro
Localização: Templo das Nove Estrelas - Costa do Dragão
Posição Hierárquica: Chefe do Grupo dos Religiosos
Domínio(s) Atuais: Cormyr; Sembia; Turmish; Amn 

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    – Podemos fazê-lo? – A voz parecia vinda de um abismo frio e escuro, embora se encontrasse a poucos metros do Halfling trêmulo que se curvava perante o trono de pedras cinzentas, sujas e envoltas em um serpenteado de sombras que pareciam proteger o ente magicamente. Estava escuro, e o ser à sua frente era pouco mais que uma sombra para Zendak, aclamado Escudeiro de Zehynir, o humano nobre e clérigo que atualmente comandava a relação do maior Mosteiro de Faerun, O Templo das Nove Estrelas, com as forças oficiais e não oficiais de toda Costa do Dragão.  Zendak não se atrevia a olhar diretamente para a figura diante de si, mas não deixou de expressar preocupação em sua voz.
    – Não sei dizer ao certo, senhor... As coisas estão bastante complicadas desde que O Feiticeiro começou a se organizar e acumular seguidores para servi-lo. Todos os poderosos da região estão de algum modo conectados a ele, mesmo aqueles que estão esperando uma oportunidade para matá-lo. –  o Halfling titubeou – Ainda assim... Zehynir quer que eu o siga até Val-Murthag, ele quer ter uma conversa com... ele – a mera referência ao Feiticeiro já fazia o Escudeiro sentir pequenos arrepios crescendo por seu corpo. O grupo de homens vestindo capuzes e túnicas com símbolos estranhos transcritos neles, lançando efeitos mágicos com as mãos e dizimando seu vilarejo ainda era nítido em sua mente. Prometeu vingar-se daquela organização, daquele “Eladrin”, custasse o que custar. Mas a possibilidade de vê-lo, de ter que ser gentil com ele... Era quase demais para Zendak. 
    – Para’Alh é um problema para depois, pequeno, devemos nos preocupar antes com o objetivo primário que estabelecemos aqui, no solo de meus ancestrais: dar-lhes de novo o domínio sobre as fracas mentes e empobrecidos corações dos tolos que vagam por essas terras. Faerun errou, Faerun pecou, e só a força de alguém que viveu junto aos deuses e tem em seu coração a chama dos Antigos poderá curar essa terra. Os justos se curvarão a nós, os ímpios perecerão sob meus pés e sob os pés daqueles que me servirão! – enquanto falava com uma voz misturada de sigilo e entusiasmo, o ser lançava um olhar atento e analítico ao seu Cetro. O Dragão feito de ossos que circundava seu topo não se movia, mas lançava um brilho violeta escuro que parecia envolver a mente e o coração do Aggelus que o segurava.
    – Eu preciso, Zendakh, que você esteja disposto a ignorar limites tal qual a moral pervertida e conturbada dos seus e de tantos que aqui vivem – tomou o Halfling pelo pescoço e o ergueu, quase sufocando-o, sua expressão de raiva era nítida – Não posso contar com você se eu souber que no momento mais necessário você falhará! – Zendakh quase desfaleceu ao ser jogado ao chão.
    – Você... sempre foi meu verdadeiro Senhor, lorde Vyr – sua fala era quase inaudível entre as tosses e falta de ar que tomava o pequeno Halfling. – A resposta a sua pergunta é sim. – agora se erguia do chão, com o rosto meio virado para a saída da caverna e uma expressão tristonha e taciturna em seu rosto. Sua voz, entretanto, era firme. – Tomaremos o Templo diplomaticamente, eu conseguirei seu domínio convencendo Zehynir sobre o grande auxilio que um angélico Mestre da Luz vindo de uma terra distante poderia oferecer aos Clérigos e Paladinos de Faerun em tempos como esses – olhou para os olhos de Vyr. Era como enxergar a própria Escuridão, embora ainda lembrassem, pavorosamente, de algum modo, um Anjo.
    – E se seu senhor não ceder às sugestões? – Vyr sorria com prazer, como se degustasse da expectativa da resposta, enquanto Zendakh se contorcia por dentro, enjoado com a possibilidade levantada. Mantinha-se forte, mas sua voz tremeu.
– Matarei Zehynir e, do modo apropriado, assumirei seu titulo e responsabilidades – o Halfling apertava com força o cabo de sua Adaga que, se vista de muito perto, imitava a forma de um lagarto cujas presas eram lâminas de um afiado aço. O escuro permitia que escondesse um pouco da dor que aquelas palavras lhe causavam. Mas era necessário, as famílias de dezenas de linhagens de Halflings dependiam dele. Literalmente, suas ações definiriam se sua própria espécie manter-se-ia viva.
    – Não sinta pena de pecadores imundos, Zendakh – sua voz era clara, mas a boca do Aggelus não mais se movia – É um tempo de purificação, de colocar um mundo falho de joelhos à Justiça Absoluta! – ergueu seu cetro, estava à meia-luz da caverna quando uma fumaça densa a tomou; cobriu Vyr e se plasmou ao redor de seu corpo, tal qual uma armadura vaporosa. Após poucos segundos a forma até então vaporosa e indefinida não estava mais lá, e em seu lugar havia um Aggelus clássico: brilhante, alvo, altivo e sereno.  Encoberto com uma armadura dourada, desenhada com cristais de muitos tons e cores. Seu cetro, que antes ostentava um dragão temeroso e cadavérico em seu topo, agora tinha em seu topo uma haste de nove asas em circulo, cada uma com um símbolo inscrito em si, todas em variados tons de dourado. Sua aparência agradável veio acompanhada de uma voz suave e intensa.
    – A mão que corta a raiz doente precisa antes arar a terra e depois lançar as novas sementes, e para isso eles precisam estar diante de uma figura que... lhes inspire – Vyr se permitiu avançar um pouco mais para dentro da luz que adentrava o local. Seu rosto sereno expressou um leve incômodo, suspirou e olhou fixamente para fora – A luz... faz tanto tempo – sorriu e olhou para Zendakh. – Se me servir apropriadamente, pequeno, será recompensado e terá a honra de viver junto aos seus em um mundo reformado. Vá para seu nobre e mantenha as aparências, logo o Templo será nosso... de um modo ou de outro – a serenidade extremada de Vyr assombrava ainda mais o Halfling, que agora estava congelado de medo.
    – Você... eu achei que os Aggelus de Arton eram aqueles que mais amavam e serviam ao Mundo e aos deuses. Você quer destruir tudo?! Quer acabar com todos?! Por quê? Você quer tomar o lugar dos deuses? – a voz de Zendakh era trêmula e falha, seu rosto suava frio. Seu corpo só queria correr dali.
    – Tomar o lugar dos deuses? – Vyr sorria e ria baixo enquanto andava aos poucos para trás, e parecia se tornar cada vez mais translúcido à medida que andava. – Depois de cumprir o que devo cumprir, os deuses me agradecerão pessoalmente – com um sorriso e um olhar fixo para Zendakh, o Aggelus se tornou feito fumaça e desapareceu no ar úmido da caverna.
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